Visitando a Igreja Matriz de São Sebastião, na Ilha Terceira

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Uma das primeiras coisas que eu desejava fazer assim que chegasse a Ilha Terceira era visitar a Vila de São Sebastião, onde muitos dos meus ancestrais viveram, incluindo meu bisavô, Francisco Machado Drummond, que emigrou para o Brasil, pela primeira vez em 1874, com apenas 13 anos de idade.

Igreja de São Sebastião
Nos primeiros dias que por ali passei o clima não cooperava comigo. Era inverno, frio e sempre a chover. Eu queria caminhar por onde eles caminharam, e o tempo não cooperava. Em um desses dias, parei o carro e aproveitei para visitar a Igreja Matriz que se situa bem no centro da Vila, e que foi muito significativa na vida  de meus ancestrais.

Eu com o portal Manoelino ao fundo

Afrescos do período medieval tardio.
Esta histórica Igreja foi construída inicialmente em 1455 pelos primeiros povoadores da Ilha Terceira. Durante os séculos de sua existência, a Igreja sofreu vários acréscimos que a descaracterizaram, mas hoje em dia, depois de vários restauros, guarda o que de mais significante lhe pertence desde sua origem, como o belo portal manuelino, e os afrescos do fim do período medieval,  que ainda hoje continuam a ser restaurados; além de outros aspectos arquitetônicos aqui omitidos, mas nem por isso de menor relevância.

O altar principal.
 Nesta mesma Igreja Matriz todas as mulheres pertencentes a minha linha materna açoriana se casaram, como muitas também ali foram batizadas; portanto, era local que além de eu estar visitando, também me tocava o coração de maneira profunda. O meu mtDNA falava mais alto, eu não estava naquele lugar como mera turista, vendo mais um monumento de valor arquitetônico; tudo à minha volta provocava certa emoção. Poder entrar pela porta pela qual meus ancestrais entraram; ter olhos para apreciar o que eles apreciaram através dos séculos; orar, me benzer, me ajoelhar, praticas católicas transitórias, que outrora ali se realizaram e se repetiam, voltavam intensas estimulando minha imaginação, me transportando ao tempo de meus ancestrais.

Pia batismal
Enquanto estive na Ilha Terceira, voltei a Igreja Matriz de São Sebastião algumas vezes mais para tentar observar sua arquitetura, e guardar um pouco mais da sensação que me tomou no primeiro dia que ali estive. Dela guardo memórias que procuro reconstruir através dos documentos e história que venho pesquisando.

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